Carta aos militantes do PSOL (II)
A crise brasileira se aprofunda e
o regime político exibe todos os dias sua podridão. A recente absolvição de
Aécio Neves no senado e, da mesma forma, as sucessivas compras de votos e negociatas
do liberal Temer para se manter no Planalto, revelam claramente que nada
podemos esperar de um parlamento repleto de ladrões e corruptos. Na economia, o
desemprego elevado e os baixos salários condenam milhões ao abismo social. No
entanto, a rapinagem sobre o Estado, as privatizações, os subsídios, a isenção
de impostos, o perdão e/ou refinanciamento a longo prazo de dívidas de
empresários e latifundiários engordam a burguesia brasileira. Não há recursos
para garantir a previdência social, repete todos os dias o governo. Tampouco há
recursos para superar a crise dos estados e municípios que sequer podem assegurar
salários a professores, médicos e funcionários públicos, obrigados por Meireles
e Temer a pagar uma dívida ilegítima e interminável. No entanto, sobram recursos para a festa dos
empresários!
Quando lançamos nossa pré-candidatura
em agosto passado, alertamos para o inevitável aprofundamento da crise e o
papel protagônico reservado ao PSOL nesta conjuntura. É um desafio enorme, sem
dúvida. A cada dia nosso prognóstico se confirma com a situação econômica e a
crise política insinuando-se sem fim, mas sob controle da classe dominante. Neste
contexto, o estimado companheiro Chico Alencar, parlamentar e militante exemplar,
será senador no Rio de Janeiro e contará com o entusiasmo e apoio de nossos
militantes. Não tenho dúvidas que a batalha eleitoral no próximo ano, aliada a
nossa intensa militância social nos movimentos sociais, indicará que a luta
pela Revolução Brasileira não admitirá a conciliação de interesses que levou o
sistema político de petistas e tucanos para sua agonia final e, em consequência,
criou uma grave crise econômica e política que penaliza gravemente a imensa
maioria de nosso povo. Afirma-se, portanto, a necessidade de uma candidatura
anti-sistêmica, sem ambiguidades, capaz de mobilizar milhões para a práxis política
renovada e combativa em torno de nosso programa de transformação social.
Neste contexto, o PSOL deve
afirmar cada dia com mais clareza o sentido de sua existência. Nosso protagonismo
nasce precisamente das necessidades de milhões de brasileiros afundados no
desespero da crise criada pelo petismo em aliança com os tucanos. A crise atual
– política, econômica, social, cultural e moral – nasce da administração
petucana do Plano Real: internacionalização da economia, crise financeira do
estado, crise fiscal, roubo e corrupção sistêmica. O PSOL não mantém qualquer
compromisso com estas práticas e nasce para indicar uma saída popular para esta
crise estrutural. Portanto, reafirmo meu
compromisso com um programa de transformação social que não esconda do povo
nossa grave crise social e que tampouco simule falsas alternativas. Agora, mais
do que em outros tempos, necessitamos um programa capaz de superar a crise em
favor das maiorias, sem qualquer conciliação com a classe dominante e seus
políticos vulgares.
Portanto, é hora da militância! É
hora da clareza de objetivos! É hora de honrar nossa tradição de socialistas
empenhados em fortalecer coletivamente o PSOL como partido do socialismo e da
liberdade. É, sem dúvida, uma hora da Revolução Brasileira.
Adiante e à esquerda, sempre!
Vai meu abraço!
Nildo, camarada, sou de Maceió acompanhei tua mesa na Bienal e gostaria de saber referências que embasam a desnecessidade do trabalhador brasileiro e a derrocada da CLT, visto que na lógica rentista, tudo é comprado de fora (China, Índia, Taiwan), você conhece algum livro atual acerca disso. Obrigado!
ResponderExcluircaro, perdoe meu atraso, mas a pré candidatura capturou todo o tempo disponível. A temática sobre o rentismo será objeto de análise de meu próximo livro que espero lançar em março. Vai meu abraço!
ExcluirCamarada Nildo, força na batalha que se avizinha!
ResponderExcluirParabéns pela postura crítica que muito colabora para exorcizar os espíritos "dependentes" dos brasileiros.
Gostaria que bolasse um "index" dos livros/autores brasileiros e demais latino-americanos imprescindíveis para o conhecimento das massas interessadas em aprofundar o conhecimento sobre a cultura e política dessa sofrida, valorosa e resistente América Latina.
Saudações!
Pedro Alexandre
Caro Pedro, somente hoje foi possível responder teu mail. No IELA temos a coleção Pátria Grande, Biblioteca do pensamento crítico latino-americano que você pode adquirir no Instituto e devorar. Vai meu abraço!
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