quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Sobre a conjuntura e o protagonismo do PSOL

Carta aos militantes do PSOL (II)

A crise brasileira se aprofunda e o regime político exibe todos os dias sua podridão. A recente absolvição de Aécio Neves no senado e, da mesma forma, as sucessivas compras de votos e negociatas do liberal Temer para se manter no Planalto, revelam claramente que nada podemos esperar de um parlamento repleto de ladrões e corruptos. Na economia, o desemprego elevado e os baixos salários condenam milhões ao abismo social. No entanto, a rapinagem sobre o Estado, as privatizações, os subsídios, a isenção de impostos, o perdão e/ou refinanciamento a longo prazo de dívidas de empresários e latifundiários engordam a burguesia brasileira. Não há recursos para garantir a previdência social, repete todos os dias o governo. Tampouco há recursos para superar a crise dos estados e municípios que sequer podem assegurar salários a professores, médicos e funcionários públicos, obrigados por Meireles e Temer a pagar uma dívida ilegítima e interminável.  No entanto, sobram recursos para a festa dos empresários!

Quando lançamos nossa pré-candidatura em agosto passado, alertamos para o inevitável aprofundamento da crise e o papel protagônico reservado ao PSOL nesta conjuntura. É um desafio enorme, sem dúvida. A cada dia nosso prognóstico se confirma com a situação econômica e a crise política insinuando-se sem fim, mas sob controle da classe dominante. Neste contexto, o estimado companheiro Chico Alencar, parlamentar e militante exemplar, será senador no Rio de Janeiro e contará com o entusiasmo e apoio de nossos militantes. Não tenho dúvidas que a batalha eleitoral no próximo ano, aliada a nossa intensa militância social nos movimentos sociais, indicará que a luta pela Revolução Brasileira não admitirá a conciliação de interesses que levou o sistema político de petistas e tucanos para sua agonia final e, em consequência, criou uma grave crise econômica e política que penaliza gravemente a imensa maioria de nosso povo. Afirma-se, portanto, a necessidade de uma candidatura anti-sistêmica, sem ambiguidades, capaz de mobilizar milhões para a práxis política renovada e combativa em torno de nosso programa de transformação social.

Neste contexto, o PSOL deve afirmar cada dia com mais clareza o sentido de sua existência. Nosso protagonismo nasce precisamente das necessidades de milhões de brasileiros afundados no desespero da crise criada pelo petismo em aliança com os tucanos. A crise atual – política, econômica, social, cultural e moral – nasce da administração petucana do Plano Real: internacionalização da economia, crise financeira do estado, crise fiscal, roubo e corrupção sistêmica. O PSOL não mantém qualquer compromisso com estas práticas e nasce para indicar uma saída popular para esta crise estrutural.  Portanto, reafirmo meu compromisso com um programa de transformação social que não esconda do povo nossa grave crise social e que tampouco simule falsas alternativas. Agora, mais do que em outros tempos, necessitamos um programa capaz de superar a crise em favor das maiorias, sem qualquer conciliação com a classe dominante e seus políticos vulgares.

Portanto, é hora da militância! É hora da clareza de objetivos! É hora de honrar nossa tradição de socialistas empenhados em fortalecer coletivamente o PSOL como partido do socialismo e da liberdade. É, sem dúvida, uma hora da Revolução Brasileira.

Adiante e à esquerda, sempre!

Vai meu abraço!

4 comentários:

  1. Nildo, camarada, sou de Maceió acompanhei tua mesa na Bienal e gostaria de saber referências que embasam a desnecessidade do trabalhador brasileiro e a derrocada da CLT, visto que na lógica rentista, tudo é comprado de fora (China, Índia, Taiwan), você conhece algum livro atual acerca disso. Obrigado!

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    1. caro, perdoe meu atraso, mas a pré candidatura capturou todo o tempo disponível. A temática sobre o rentismo será objeto de análise de meu próximo livro que espero lançar em março. Vai meu abraço!

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  2. Camarada Nildo, força na batalha que se avizinha!
    Parabéns pela postura crítica que muito colabora para exorcizar os espíritos "dependentes" dos brasileiros.
    Gostaria que bolasse um "index" dos livros/autores brasileiros e demais latino-americanos imprescindíveis para o conhecimento das massas interessadas em aprofundar o conhecimento sobre a cultura e política dessa sofrida, valorosa e resistente América Latina.
    Saudações!

    Pedro Alexandre

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    1. Caro Pedro, somente hoje foi possível responder teu mail. No IELA temos a coleção Pátria Grande, Biblioteca do pensamento crítico latino-americano que você pode adquirir no Instituto e devorar. Vai meu abraço!

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